sexta-feira, 24 de junho de 2016

Se tu soubesses.

Ó meu bem, se tu soubesses

O quão linda ela é
Não perderias tempo algum
Se poria a correr a pé
Pra chegar a lugar nenhum

Ó meu bem, se tu soubesses

O quanto escrevo indespedida
Quererias da moça, a menina
Ou da flor, o bosque, a vida
Do amor, só a ferida

Ó meu bem se tu soubesses

O quanto a admiro, quanto a quero
Duvido que sorririas teu sorriso
Que fosse ao menos um sincero
Ou que algum te conviesses

Ó meu bem se tu soubesses

Que te guardo tão distante
Como estrela tão brilhante
E a noite me guias pelos mares
Me fazendo teu navegante

Ó meu bem se tu soubesses

Que envergonho por saberes
Que se pedes um beijo meu
Nem meio beijo há de teres
Sem que eu possa ter um milheiro,
Pois desisto de ser marinheiro

Ó meu bem, se tu soubesses

Que não quis me ancorar
Pois sozinho no oceano
Hei de não saber pescar
Me perco em teus meridianos
Circunscreventes deste humano

Ó meu bem, se tu soubesses

Que tanto anseio pela volta ao lar
E ver-te tão linda em terra fofa
Tão distantes deste velho mar
De tão insana minha mente tola
Tão seguros num mesmo abraço
Não te desprende num só desabafo

Hoje há muito por dizer, mas já não falo
Pois de tudo que tu sentes, eu exalo

Ah! Meu bem, se tu soubesses.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Malabares

Fez como um acrobata
Desfez a luz
Desfez as cores
Jogou os malabares ao alto
Mas não agarrou nenhum
Viu cor a cor cair
Desbotou
Desmoronou
E a plateia a sua frente
Aplaudiu
Riu
E Caçoou,
Ali sua carreira acabou,
Mas seu show não,
Esse apenas começou.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Antes amantes.

Ele percebeu que havia um rastro delicado quando riscava com a ponta dos dedos na pele dela.

Ela sorriu por perceber o rosto bobo dele quando aprendeu a escrever.

Ele se animou e também por sobre a pele se esgueirou, de perto viu e beijou.

Ela arrepiou, um suspiro sutil, sua pele antes era papel de escrita, agora era tela de gravura.

Ele sente a respiração dela, toca fundo na alma e seu corpo agora flutua.

Ela é por dentro um barco preso ao dique, sobre ondas na imensidão a descansar.
Mas sem que haja rio, leito, oceano ou mar.

Ele era por dentro uma tempestade incontrolável decerto

Ela era por dentro tão certa quanto um barco no deserto.