domingo, 15 de outubro de 2017

Gravidade

E a lua se aproxima e causa a maré cheia de pressão.
A maré, o mar salgado feito lágrimas escorre sobre a areia como pranto sobre a face.
A maré cheia e a noite,
O mar é a depressão dos poetas.
E estes cantam seu apego e o resto é agonia.
A brisa os toca como melodia e a saudade arrepia.
O resto é o vasto, o silêncio, a esperança de que pela manhã o sol apague a odisseia dos notívagos.

Dedico meus versos aos poetas, às putas e aos que morrem de amor.

Pois os meus versos não servem aos corpos vivos, mas àqueles cheios de espírito.

domingo, 8 de outubro de 2017

Além do aquém

Não se engane, o tempo é uma ilusão.
Um dia nos encontraremos fora dele em algum lugar sob o silêncio absoluto, onde águas e luz se confundem com nossa matéria, nosso corpo.

Neste lugar habitarão os medos, os lamentos sem rancores. Mas sobretudo, voltaremos a ser um.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Eu acredito em fantasmas.



E durante muito tempo isso foi tudo o que eu temia.
Quando criança conheci um que era camarada, outro que tinha medo dos homens, mas nenhum que me fizesse perceber que todo mal emana de nós.

Eu acreditava em fantasmas, eu queria que com muito esforço eu pudesse flutuar. E como mágica, eu atravessaria paredes e seria invisível aos insensíveis.

Eu acreditei no medo, e o medo me provou que o maior tormento humano está dentro de nós. Despertar a essência é também não saber lidar com ela. O que explica tanta coisa rasa.

Eu acreditei, eu vi, eu provei
Por tanto medo, me abriguei com meus pais 
Mas de todos os que me assustaram
O passado é o que eu temo mais.