Ali no alto do campanário daquela velha igreja eu pude observar toda a cidade.
Imaginei que aqueles enormes dormentes da estrutura eram centenários e, por ali, eu havia visitado inúmeras vezes ao longo dos séculos com o mesmo prazer de simplesmente estar ali.
Naquele lugar de onde eu observava as pessoas eu não era visto. E enquanto os sinos soavam eu podia chorar sem ser ouvido.
Mas o vento que tocava meu rosto era intrigante. Secou as lágrimas e renovou meu ar. Quando os sinos emudeceram vi as ruas, pessoas, sons e sorrisos.
Então tive mais um motivo para estar. Sempre tenho um motivo para estar.
E permaneço.