segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
Dos dias que não me cabem tanto
Os dias passam e os dessabores vêm. Não há nada para dizer, apenas a angústia que é ter de suportar a rotina
O clique de um relógio, o interminável feed, as redes sociais, as notificações, propagandas e aquele eterno vazio no peito.
Me entupo de remédios para me suportar. e suporto por todo mundo, mas que mal é ter de ser assim para mim mesmo.
Ainda existem aindas, respostas que nunca virão porque algumas coisas na vida não existem respostas que não o costume de conviver com tudo aquilo que não queremos.
A imensidão parece tão mais calma que o silêncio do meu quarto, exceto pelas goteiras e pingos de chuva na janela.
Ligo o ventilador, o motor está velho e falta lubrificação, seu barulho cobre os outros.
Assim durmo num caos que eu invento para inibir a ordem que me empurram garganta abaixo.
Mas, como eu ou a chama de uma vela fraca que se apaga, do escuro vejo de quando em quando um vagalume. Eu o pego, o salvo fora do meu quarto e em seguida me arremesso indelicado na cama como quem pedisse pra cair do 18º andar.
É insuportável observar tudo o tempo inteiro
Mas nunca ser o bastante
Ou o suficiente.