terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Quero sentir suas asas

Como água, as lembranças me afogaram como de costume.

Parece que hoje foi além de tudo que eu podia ter pensado.. Foi como se eu pudesse sentir o seu abraço, seu toque, cheiro, seu calor, o relevo de suas costas na palma da minha mão.

Mas, faltou. E sem ele, eu não me senti abraçado também.. Não há ninguém que me deixou abraçar, não há ninguém que eu queira ter abraçado.

Tem sido só falta, e sua falta é solidão em mim, é medo, é tortura, é pesar.

É todo o resto que está me completando, não é você.

Espero ansiosamente pela quinta feira em que você voltará..

Espero estar lúcido o suficiente para pode enxergar.

Boa viagem
Bons ventos trazem.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Ausência

Acontece que ainda tenho registros em mim,
Em meus registros tenho nosso histórico
E o histórico é cheio dos seus cadastros,
Seus cadastros tomam meus aparelhos,

Meu computador é lotado com suas fotos
Há um pouco de mim nelas e em
Minhas pastas têm nossas anotações
E em todas as disciplinas, você está me explicando.

Tenho em meu guarda roupas seus desenhos
E seus traços estão em cada curva, cada risco,
É como minha história, que agora está disforme
Porque eu falhei nos detalhes
E os desenhos estão se esvaindo.

Para cada parte de mim, existe uma igual de você
Tenho sua voz ecoando, dizendo que eu ainda existo
Mas será que há algo para ser lembrado
Sem que nos machuquemos por querer esquecer.


Com muito amor, sua ausência está se concretizando.
Minha consciência custa caro, e eu estou pagando seu preço.
Afinal, sem ela eu não consigo seguir.

Ao passo que tomo razão acima do que sinto,
Meu interior me encara e cobra juros.

Está começando a ficar difícil.

Eu sempre espero o dia raiar, e ele nunca me decepcionou,
Mas será que em dias de neve ele não procura se esconder como eu?

Está faltando identidade em mim
Porque ser livre é ter que me encontrar comigo mesmo.

E eu não ser ser gentil.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Diadema, dezembro 2015

Ganhou os céus como fazem meus bem-te-vis. Mas tampouco notou que eu estava em terra.
Terra firme, terra vermelha, o chão de ferro foi duro o bastante para que eu pudesse cair firme.

Os brancos das nuvens nos azuis te levaram para longe de mim, e tudo que restou foi ficando escuro.

Eu estive muitas vezes aqui, com ou sem luz de emergência. Mas que as vezes dura mais do que um ou três meses.
Que nunca fora sem você.

Mas agora estou, e lamento por ter, de todas essas cores, nenhuma do arco-íris quis ser minha, porque seu pote de ouro não sou eu.


Com amor, Bia.