sábado, 11 de maio de 2019

Quem é ela

Eu acho tão mal educada essa melancolia
Ela aparece sem avisar, fica mais do que devia,
Deixa tudo bagunçado e ..

...E vai embora.

Noite de jazz

Há cerca de uma dúzia de espinhos de gelo apontados como agulhas para o meu coração

domingo, 5 de maio de 2019

Pinopsida


Plantei uma muda num pequeno vaso.

Não sabia bem o que esperar dela. Embora eu admirasse sua forma, suas folhas e galhos impecáveis, não imaginava seu porvir... De repente teria uma flor ou uma fruta.

Mas por bem, preenchi de afetos e sonhos que eram somente meus.
Então sentei à sua frente e aguardei sorrindo com a espera.

Conversávamos sobre o mundo e, pacientemente, ela me ensinava coisas que estavam aqui o tempo todo, mas de uma forma única ela aduzia sua visão de mundo que eu não atingiria antes de me aventurar ou me frustrar intensamente.

Enquanto ela crescia (ou eu descobria sua dimensão), me dei conta de que o vaso era pequeno demais para comportar suas raízes tão profundas.

E, tarde demais, percebi que o vaso compreendia uma expectativa que cultivei de forma implícita.

Então, sem cerimônia, deixou este vaso.
E como um receptáculo vazio, não há nele compreensão ou vontade de empreender nova vida que se possa desabrochar.

Porque ele é pequeno demais. E não há lugar para pequenices em um mundo tão extenso.

Afinal, não são em vasos que a vida é compreendida. Mas em solo infinito, sem amarras ou controle.

Não há tempo que senão a falta dele em mim.

Vai ficar tudo bem.