O preço que eu paguei por você talvez tenha sido oneroso demais
Eu paguei prestações que até hoje me deixam endividado.
Meu crédito inteiro fora consumido
E os juros são abusivos demais.
Não tive tempo de contratar um seguro
E talvez por isso eu tenha quebrado
Fato é que me tornei peça viciada
Uma engrenagem sem dente algum.
Eu giro, giro e não saio do lugar.
Talvez seja hora de ser substituído
Como toda peça danificada deve ser.
Então não venha fechar negócios.
Eu não sou mercadoria!
Sou defeito. Avaria.
Descartável e inútil
Um canalha!
Um traíra.
Vencedor de nada menos do que desprezo e água suja.
Resto afogado de uma mentira
terça-feira, 18 de setembro de 2018
domingo, 9 de setembro de 2018
Flor de gelo
Não à toa as flores de gelo desfazem quando se chega perto demais.
Nascem da torpeza do gelo, são elas o próprio coração do inverno.
E no menor sinal de calor, se derretem e liquefazem... Porque não há vida ali. Apenas aparência e clemência.
Elas existem, mas são proveitos de um sopro (divino ou não) que tão logo encontrarão o fim nos próximos verões.
Nascem da torpeza do gelo, são elas o próprio coração do inverno.
E no menor sinal de calor, se derretem e liquefazem... Porque não há vida ali. Apenas aparência e clemência.
Elas existem, mas são proveitos de um sopro (divino ou não) que tão logo encontrarão o fim nos próximos verões.
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