domingo, 20 de dezembro de 2015

Ausência

Acontece que ainda tenho registros em mim,
Em meus registros tenho nosso histórico
E o histórico é cheio dos seus cadastros,
Seus cadastros tomam meus aparelhos,

Meu computador é lotado com suas fotos
Há um pouco de mim nelas e em
Minhas pastas têm nossas anotações
E em todas as disciplinas, você está me explicando.

Tenho em meu guarda roupas seus desenhos
E seus traços estão em cada curva, cada risco,
É como minha história, que agora está disforme
Porque eu falhei nos detalhes
E os desenhos estão se esvaindo.

Para cada parte de mim, existe uma igual de você
Tenho sua voz ecoando, dizendo que eu ainda existo
Mas será que há algo para ser lembrado
Sem que nos machuquemos por querer esquecer.


Com muito amor, sua ausência está se concretizando.
Minha consciência custa caro, e eu estou pagando seu preço.
Afinal, sem ela eu não consigo seguir.

Ao passo que tomo razão acima do que sinto,
Meu interior me encara e cobra juros.

Está começando a ficar difícil.

Eu sempre espero o dia raiar, e ele nunca me decepcionou,
Mas será que em dias de neve ele não procura se esconder como eu?

Está faltando identidade em mim
Porque ser livre é ter que me encontrar comigo mesmo.

E eu não ser ser gentil.

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