domingo, 20 de novembro de 2016

Tartalha

O tartalhar da máquina de escrever rompia o silêncio do cômodo

Nas paredes velhos quadros empoeirados curtidos de ócio

O chão de madeira disforme, seus tacos se agitavam querendo saltar do piso

A casa velha e una tinha melodia fria como as notas agudas de um piano

É que no mais profundo abismo daquele lugar havia escondido um tesouro

Suas sombras penumbrais das janelas finas e compridas causavam certa assinatura

Mas que o papel da máquina já se esgotava entre mil textos de ouro

Por trás de cada gesto gasto da ponta dos dedos digitantes havia medo

Em que a cada nota tinha uma palavra, e cada letra era um segredo.

Se havia havia agitação do vento era porque as cortinas queriam bailar

Mas que apesar de velho e gasto, tudo que havia era paz naquele lugar.

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