domingo, 22 de agosto de 2021

Do que foi restando de mim

Calma!
Respira!

O mundo não se desfaz sobre nosso pés enquanto pudermos caminhar

Respiro.

Há algo estranho esmagando meu peito. 

Meu coração se apequena junto da minha autoimagem

Respiro, tomo um gole d'água.


O quanto mudei?

Quem me substitui? 

Não tenho sequer um dia que seja inteiro

As pegadas do caminho que tracei se apagam 

E eu sou apenas um fantasma, um vulto, um favor, uma recordação branda.

E, de novo, meu coração dói tanto que volta a ser uma sensação física.

Sigo palavras boas para que eu possa fingir sorrisos a quem merece.

Mas cada vez mais incerto do quanto mereço.

Esqueci de respirar. Me precipitei e a angústia tomou conta.


Respiro, repito, calma! Respira!


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