domingo, 15 de julho de 2018

Sou o Céu

Há um cisco em meus olhos, mas seguro para não lacrimejar

Com tantos horrores assistidos de longe, não cedo, não vou chorar.

Há tanta beleza em três ou mais milhões de cores que olhos não podem fotografar

Sei do que daqui de cima vejo, mas não são manhãs incertas que podem me abalar,

Mas são pesadelos noturnos que só fazem amedrontar.

Logo cedo vem cheiro de erva fresca e, de muito bom tom, tanto me deixo emocionar,

Então aquele cisco em meus olhos me provoca. E agora eu não preciso segurar..

Assim, brado em trovões e desabo em tempestades torrenciais de tudo que há em mim.

Quando acalmo, percebo que mesmo diante de todo caos que instalei sem controlar,
há também frutos que por sorte ou acaso vieram me encontrar.
E um lago que se formou onde agora é meu lugar,
Um espelho d'água em que me vejo sem que eu precise me afogar.

Eu sou um céu mais feliz por conta de tantas cores.
Sou união entre a distância da vontade destes homens.
Sou eu, depois de tantas quedas, alguém melhor do que fui antes
Sou a vista dos poetas, dos ébrios e retirantes.

Eu sou o céu.

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