sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Boticário

Os pássaros cantam saudando o primeiros raios de sol.

O senhor de pele pálida e frágil já está de pé observando a manhã que parecia mais especial do que as outras. 
Parado em frente sua janela, respira profundo em pensamentos como se a impaciência o levasse ao tédio.
Se volta à mesa mais próxima com todos aqueles frascos cheios de contudo. São os mesmos erros efêmeros de sempre, mas seus elementos variam. Hoje o cítrico toma o ambiente, lá fora o mar revolto se balança e se lança nas rochas, diferente daquele quarto onde não há barulho que se não o das gotas destilando o aroma palatável de cor âmbar.
O boticário coleta seu menor frasco semi cheio, desfruta do perfume dele e, sob o arrebol que invade a janela, vê sua bela amada vestindo as cores intensas da aurora. 
Ela sorri enquanto ele chora.
E ela se vai - tão rápido quanto vem - com a brisa que viajou do profundo oceano e a arrebata de volta num só instante.

Os pássaros calam. O mar descansa e o homem volta ao seu trabalho.

Mas antes sussurra para si mesmo “nos vemos pela manhã”.

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