quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dos teus olhos castanhos

Teus olhos tentei poetizar
Pois se os azuis remetem o mar,
Os castanhos sabiam nadar
Um vinha para inspirar
O outro romantizar

São de terra, de carvalho
Bronze, cobre e dourado
Sua água é doce chuva
Do sereno é o orvalho
Brisa fria em alto-mar

Clarão que chega cedo
Eu já quase não percebo
Que eu estive a navegar
Nos teus olhos que eu não vejo
Mas que eu gosto de lembrar

Um remoto passado
Quando podia os ver passar

Tinha sede de paixão
Pois que vivo solidão
Abria os olhos, tua retina
E tinha, da janela da menina,
Um resumo do coração

Era a face do amor
Que eu sempre hei de encarar
Pois sem ele só há dor
Que não há de se curar.

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