quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

De leito

É assim, foi tudo como se eu fosse um rio gelado correndo pro calor do mar
Era como se eu rompesse o leito para tentar chegar mais rápido
Mas perdesse força pelo caminho
E quando enfim pudesse alcançar a água salgada
A minha própria haveria te de ter se esgotado
Estivesse suja pela margem e deteriorada
Então vi que o mar tentava me explicar como o mundo é
Tentando devolver à areia toda sua sujeira
Mas que também não percebe que se arrasta em sua calda branca.

As nuvens não me dão sinal de chuva
O mundo não parece ser tão bom desde que você partiu
Porque meu rio não corre mais
É como esperar que o mar procure pela minha nascente
Que percorra todos os caminhos feito serpente
E encontre em mim toda natureza que tenho
Para entregar sempre a alguém que nunca veio
Para que pegue toda água disposta a seu deleite.

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