terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Cartas em meu nome

Ando caminhos inteiros, corro de atalhos, subo montes e contorno a cidade para desviar das suas sombras.
Mas mais tarde ou menos tarde você me surpreende no metrô ou numa praça pública.
E isso basta para que eu me lembre de que não há um lugar, uma pessoa, uma existência sequer que tenha passado por mim e não tenha ouvido falar de você.

A Cecília é a lagartixa que eu divido meu quarto. Ela me escuta como ninguém, ela me poupa de ter que escrever tanto. Está sempre observando bastante e dizendo pouco. Mas eu sinto que ela me quer bem como a mais ninguém.

Então sinto muito pela insuficiência.
Obrigado.

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