Violentas rajadas balançavam a copa daquela velha árvore
Como desejo efêmero do destino se lançando sobre as folhas,
Eis que rompe de seus nós uma -auto julgada frívola- folha
Acometida às incertezas do acaso, faz-se encolhida
E levada ao vento nos braços, fez-se entendida
Embora saudosa de seus galhos, entendeu a vida.
Quanto ao vento, decidido de partir, cessou.
Restou, para a folha, o tempo que não a abandonou
Se viu em queda livre e lenta, pois seu companheiro a atrasava
Tomou força e o deixou por medo de ser deixada
Já com a face em terra firme, concebeu os céus distantes
Assim como também aquelas copas
Viu os ventos que a violam e as horas indo embora,
Fez-se inexistir em folha pra renascer a própria flora.
Sua metamorfose a fez livre e feliz.
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