Sou fantasma
Embrumado, levito entre espaços
Faço de meus pés seus descalços
Sou sombra viva num espasmo imorredouro
Sou fantasma
Agonia de ponta cabeça
Ardente em cinzas, poeiras
Acorrentado entre a alma e o couro
Sou fantasma
Fico a espreita no lar
Sou pela noite a vagar
Costurado meus lábios
Um segredo a guardar
Fui fantasma
Cavalguei teu corcel
Amplos campos, floresces a mil
Rendi teus encantos
Prescrevi seu vazio
Fui fantasma
Em caravas eu parti
Lindos planos visitei
Em alegorias viajei
Mas nenhum lugar me trouxe a paz
como quando esteve aqui
O fantasma
Face sacra de um corpo quente
Mente vazia e coração dormente
Estampa o medo de forma latente
A triste certeza vazia na imensidão
Eu sou o que resta da nossa paixão
Fantasma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário