quarta-feira, 2 de março de 2016

A maré

Um dos amantes era quase sempre quente
Era bem mais calmo, parecia ser contente
Diferente daquele outro que estava sempre frio
Suas águas misteriosas mais lembravam um rio
Lembravam um do outro em diferentes instantes
Acreditavam,porém, ser dez mil vezes mais distantes
A angústia deles dois afligiria qualquer um
Pois um deles sequer via o que tinham em comum
De tão triste, um mantinha sua calmaria
Enquanto do oposto,o outro mar revolto ria
E na brevidade da imensidão, nunca se deram conta
Que além do continente que os cortava ponta a ponta
Choravam oceanos por pensar sentir abstinência
Atlântico e pacifico não se atentaram à sua afluência
Esqueceram que os dois são só um por coincidência
Unidos desde sempre pelo sul e pelo norte
Deveriam estar junto para muito além da morte.

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