quinta-feira, 4 de abril de 2013

Um passo a frente, um olhar de nostalgia proibida.



Sinto o amargo da minha boca sendo posto em brasas. Acho que é meu coração batendo forte demais, esquentando o que já tampouco era morno.

Mas que curioso e desgraçado é o ser humano. Enquanto sozinho, anseia por algo, e quando bem, não sabe como dar o próximo passo.

Entendi!


Enquanto não se tem nada, somos trilhados pela busca incessável do que quer, sem que ninguém interfira.

Mas quando você tem o que deseja, não tem o quê desejar. Você passa simplesmente a não existir. Porque o que é inerte, não existe.


Eu estou desacelerando, sentindo de olhos fechados, cada pelo do meu corpo enrijecendo com a violência que meus pensamentos estão tomando.

Agora é tarde, a confiança foi herdada àquela que não fez jus ao seu amor e agora chora por não ter nenhum.

A morte vem como a dama do vestido negro tal quais são seus olhos, profundos como a noite escura que amedronta e amadurece toda criança e engana os marujos, que erram as rotas e afundam seus navios bem tripulados, tornando-os náufragos da solidão.


As bolhas sobem, meu corpo afunda
Tento achar algo em que me segurar e não consigo tocar nada.
A água é muito gelada e eu entro em desespero
O escuro me abraça e me convida à uma valsa fúnebre que eu nunca aprendi
Heis que a luz veio de cima para nutrir o escuro e me levar à saída daquele lugar.

Se aquilo era um útero e eu acabei nascendo, queria eu ter feito pouco para tal.
Seria talvez proveitoso ter sido o apoio de outrem que propositasse de maior valor que eu.
Ou a luz nunca foi o caminho e eu fechei os olhos para o que me salvou?

Que lindo é gozar da vida o que pondera. Pudera eu ter me afogado.
Mas os raios de sol me levantaram dessa vez.

Eu não caí de um precipício, eu não me afoguei, eu não morri, eu não matei.


Mas estou vivo mais um dia.
Para esquecer tudo e viver o primeiro dia do resto da minha vida e infelizmente para lembrar de cada gota do ácido líquido que me toma em cada passo.

É impossível seguir em frente sem carregar os pesados fardos que o passado presenteou-lhe outra vez.

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