sexta-feira, 21 de junho de 2024

Como metais e transições

 Esperara que as pessoas se movimentem sozinhas (ou que tenham um pouco mais de energia para alcançar os lugares que lhe são de direito) as vezes é demais.

É como um metal retorcido diversas vezes e está no limite do seu ponto de estresse. Apenas mais um movimento e ele rompe, quebra definitivamente.

exigir um movimento maior do que podem, exigir que façam apenas mais um pouco, que tomem mais uma condução, que se frustrem com mais uma prova, que não sejam aceitos em determinado lugar pode ser o último movimento para que cheguem em um ponto de não retorno.

Fazer parte de algo maior do que eu me faz acreditar que posso evitar essas movimentações.

Aprendi a fazer as pessoas acreditarem em si. Aprendi a acreditar também.

E é quase absurdo pra mim acreditar que estou feliz.

Porque venho de um lugar de sobrevivência em que eu era ameaça, vítima e salvação ao mesmo tempo.

E me admiro em saber que estou feliz e sei o que estou fazendo.

Não era normal alimentar nada de bom em mim. 

E me cercar de pessoas incríveis me impulsiona a ir ainda mais longe.

Precisei me encontrar pra entender a vida como é.

E com toda insegurança do mundo me valho de um fardo brocado que carrego... Sei viver contradições.

Porque talvez eu mesmo seja uma.

E por isso não quebro, mesmo se testado até o fim.

   

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Ecos dimensionais

 Meu amor


Eu sei que te magoei.


E eu fiz isso por estar à deriva, mas ancorado em alguém que não navega mais comigo


Não aprendi nada. O motivo dela ter partido foi exatamente o mesmo. 


Eu não sou de amores tranquilos


Acho que as vezes o baque das emoções são as únicas maneiras de eu me sentir vivo.


Mas também acho que sou uma mentira, porque eu me sentia vivo quando navegávamos em alto-mar.


Bom, me recuo ao lugar de nada esperando que numa outra dimensão nossos ecos ainda sejam felizes juntos sem nenhum trauma, dor ou desespero que vivemos por aqui.


E eu assistiria esses ecos como um filme de final feliz que eu me alegrasse com a esperança de um dia sermos nós a terminar juntos.


Bobeira, eu sei.


Mas a falta as vezes pesa mais do que uma simples rotina tediosa.


A minha fuga não está na rotina, mas nos lugares seguros que eu posso ser eu mesmo e desabar do acumulo de ser alguém tão dorido.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Ensaio sobre ebriedade

 Instilado o veneno

Corre agora em minhas veias a indiferença

A ingratidão

O narcisismo e falta de consideração

Sua voz.. A indecisão.. O vacilo em responder que não me ama

Mas o ponto final não estabelecido.

A eterna dúvida que levarei para os sonhos

O desejo incontido que me revira na cama e nos banhos.

A falta

Você.


Sua voz me corroeu a sobriedade.